Nem todas confessam, mas muitas mulheres (a
maioria, alguns dizem) adoram levar umas palmadas quando o clima
esquenta na cama. Sem medo de tabus, a PLAYBOY investiga o fenômeno,
garimpa opiniões e se propõe a responder a mais uma grande questão da
humanidade: um tapinha não dói?
Nelson Rodrigues disse certa vez: “Nem toda mulher gosta
de apanhar, só as normais”. O comportamento humano, claro, não é uma
ciência exata, mas, a julgar pelas opiniões das moças que entrevistamos
(e fotografamos) para esta reportagem, o escritor estava certo. Tapinhas
de amor, diz a sabedoria popular, não doem. E, ao que tudo indica, não
doem mesmo: pesquisas mostram que, durante a excitação sexual, a
resistência à dor nas mulheres aumenta 50% e, durante o orgasmo, chega a
aumentar 100%.
Segundo a psicóloga e “sexpert” Tatiana Presser, a palmada é uma
fantasia erótica de muitas mulheres que querem experimentar uma dose de
submissão sexual. “Especialmente nos tempos atuais, em que as mulheres
têm inúmeras responsabilidades e têm de estar sempre no controle, a cama
é o lugar em que elas podem se entregar totalmente e abrir mão do
poder”, explica.
“Não há nada de anormal nesse comportamento desde que ela concorde e
sinta prazer”, acrescenta a sexóloga Jaqueline Brender. “Isso não
significa que fora da cama ela queira ser tratada como mulher de
malandro”, completa Tatiana.
Outra hipótese que explica essa fantasia feminina, segundo ela, é que
no fundo algumas mulheres consideram o sexo algo sujo ou errado e
inconscientemente se sentem culpadas por ter prazer. As palmadas seriam
então uma “punição lúdica”. Já uma outra explicação, dessa vez
científica, é que a dor provoca a liberação de substâncias opiáceas no
cérebro, as quais produzem uma alta dose de endorfina. A endorfina, por
sua vez, dá a sensação de prazer e diminui a dor.
Entre as amantes famosas de palmadas estão a rebolativa cantora
Rihanna (“Ser submissa é muito divertido”, afirmou em recente
entrevista), a atriz inglesa Liz Hurley (“Palmadas são uma
brincadeirinha safada e divertida”) e a ex-panicat Juju Salimeni
(“Tapinha no bumbum não machuca e é gostoso”).
A funkeira Mulher Maçã, que recentemente noticiou ter se submetido a
uma “terapia tailandesa de tapas na cara para aumentar os seios”, diz
ser adepta dos tabefes também entre quatro paredes. “Acho que quase toda
mulher curte apanhar de leve na cama. Se sentir dominada é um fetiche
que põe pimenta no sexo. É uma delícia sentir o ardido provocado por uma
mão de homem no bumbum. Gosto principalmente quando estou de quatro”,
conta a mulher-fruta.
A ideia não é nova. O Kama Sutra, milenar manual indiano sobre sexo,
já ensinava a dar “golpes de amor” dedicando todo um capítulo à técnica
sexual. “Palmadas são expressões de excitação”, diz o texto. Segundo o
autor, o aristocrata indiano Vatsyayana, o amante deve introduzir as
bofetadas quando quiser um resultado extremamente explosivo na transa.
Apesar
de a ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes,
ter afirmado em entrevista recente que “nenhuma mulher gosta de
apanhar”, até algumas das feministas mais ferrenhas se rendem ao êxtase
das palmadas durante a transa sem se sentir diminuídas por isso. “O
feminismo teve de parar de condenar o tapa na mulher e se obrigou a
estudar o fenômeno como brincadeira erótica”, diz o filósofo Paulo
Ghiraldelli Jr., autor do livro Filosofia, Amores e Companhia (Ed.
Manole). “A maioria já entendeu que não há relação direta entre tapas
durante o sexo e ser violento no cotidiano”, diz. Já Marcia Tiburi,
escritora e ex-integrante do programa de TV Saia Justa, acha que “essa
história toda tem um resquício atávico, dos homens das cavernas”. Mas a
modelo Viviane Rosa, de São Paulo, é de outra opinião: “Acho um tesão
levar um tapa bem dado no momento certo”.
No entanto não confunda uns tapinhas no sexo com sadomasoquismo. O
tesão da fantasia feminina de levar uns tapas vem menos da dor e mais do
sentimento de submissão e vulnerabilidade. “Prefiro um tapa só para
criar uma ceninha. Não sou muito a fim de levar tapas para doer de
verdade”, diz Tatiane Ferreira, blogueira carioca conhecida como Acid
Girl. “O som da palmada é o mais excitante. Prefiro os tapas leves e
barulhentos”, diz a catarinense Helen Galan, de 29 anos, operadora de
suporte técnico.
ENDUREÇA SEM PERDER A TERNURA
Uma parcela de mulheres maior do que você pode imaginar gosta de
levar uma palmada na cama, mas isso não quer dizer que elas queiram
ficar com as marcas da paixão depois disso. A arquiteta carioca Julia
Pinheiro, de 32 anos, lembra o dia em que transou pela primeira vez com
um sujeito desprovido de bom senso. “Ele se empolgou e deu tapas fortes
demais na minha bunda. No dia seguinte tive de ir à praia de short
porque estava com o bumbum completamente vermelho”, conta rindo.
Como saber se ela gosta ou não de levar palmadas? “Vá devagar”, diz
Julia. “Comece com tapinhas leves na área do bumbum, meio de
brincadeira, enquanto ela ainda estiver vestida, e veja como ela reage.”
Deixe que ela peça mais. “Se no início você bater muito forte, vai doer
e ela vai perder o tesão”, avisa. Ainda não sabe se ela está no time
das que curtem uns tabefes? Alguns sinais podem ser um termômetro, conta
Acid Girl, famosa por dar conselhos de relacionamento a homens e
mulheres na internet. “Com mulheres mais desbocadas, que curtem um sexo
mais selvagem e falam palavrões na cama é mais fácil notar se gostam de
uns tapas”, sugere a bela blogueira. “Outro sinal claro é quando ela
bate em você durante a transa. Geralmente, se ela bateu é porque quer de
volta.”
No começo é recomendado evitar tapas na cara, a não ser que ela peça.
Além de o traseiro ter a carnosidade mais generosa e por isso ser mais
gostoso de bater, para muitas mulheres apanhar no rosto tem mais a ver
com insulto do que com submissão. Helen ensina: “Na empolgação, um tapa
na cara pode ser bom, mas prefiro quando ele segura meu rosto entre os
dedos e aperta”.
PARA ACOMPANHAR
“Não é só bater. Quando estou no clima de uma pegada mais forte quero
que o cara me jogue na cama, me pegue com vontade, puxe meu cabelo”,
sugere Julia Pinheiro. “As mulheres precisam da fantasia detalhada”,
explica a sexpert Tatiana Presser.
Conheça os acompanhamentos favoritos das moças que gostam de apanhar:
• Puxões De Cabelo
• Mordidinhas
• Apertões
• Palavrões
• Mordidinhas
• Apertões
• Palavrões
Só não exagere nos golpes e lembre-se de que isso tudo é um jogo
erótico que só se aplica à cama e só vale enquanto ela estiver gostando.
O assunto não tem nada a ver com bater em uma mulher em qualquer outra
situação
– a não ser que você queira levar uns tapas dos seus companheiros de cela em breve. Afinal, como mostraram Jean Pierre Enard e Milo Manara no livro A Arte da Palmada, “a palmada é a melhor maneira de homenagear o que a mulher tem de mais nobre, mais delicado, mais generoso: a bunda”.
– a não ser que você queira levar uns tapas dos seus companheiros de cela em breve. Afinal, como mostraram Jean Pierre Enard e Milo Manara no livro A Arte da Palmada, “a palmada é a melhor maneira de homenagear o que a mulher tem de mais nobre, mais delicado, mais generoso: a bunda”.
APRENDA A ARTE DO TAPA DE AMOR
ONDE BATER
As nádegas parecem ter sido esculpidas para levar uns tapas, e, para a
alegria masculina, esse lugar é o preferido das moças. O Kama Sutra também recomenda costas e virilha.
COMO BATER
Palmadas com as costas das mãos ou com a mão aberta. Usar a mão em
forma de concha também é uma boa: faz barulho e não dói muito.
QUANDO BATER Durante
a transa e/ou quando ela estiver quase atingindo o orgasmo. Intercale
carinhos e tapas para maximizar o tesão e diminuir a dor.
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